La Paz a Puno(Peru)

83ºDia - La Paz-LP-Bolivia (Descanso)

Ai que a gente resolve dar uma volta na cidade... desce, desce, desce, desce... e nunca acaba!! ai a gente resolve voltar pro hotel... pega um taxi!!! Voce acha mesmo que a gente vai fazer o subidao de volta??? Mas neeeem de bicicleta!


Como jà disse, alèm de descida, La Paz tem muita gente, e muito comercio. O que nos gustou muito, pois tem grande variedade de restaurante. Nao que role um feijaozinho...uma farofa... mas tem pizza, hamburguer e carne! Mas claro que o frango ainda è predominante.
As coisas aqui tambem sao muito baratas! Roupas, eletronicos, comida... o mais barato da Bolivia atè agora.






Fàbio descendo.



Parte desenvolvida de La Paz. Aqui nao tem camelo, nem mendigos, nem gente sentada pela rua... As pessoas que andam pelas ruas sao todas brancas, sem nenhum traco boliviano. Me senti atè nas Europa. Predios chiques, ruas limpas... Encontramos um Subway! Sabe hà quanto tempo a gente nao ver nada do tipo? Fizemos questao de comer... 30bolivianos um sandwich de 15cm, enquanto as hamburguesas tipo xtudo, com batata frita inclusa, pagamos normalmente 15bolivianos... caro, mas a gente nao eh de deixar oportunidade passar.


Uma hora voce tà lah em cima... virou a esquina jà estah aqui embaixo. A cidade è toda assim.




84ºDia - La Paz-LP-Bolivia (Descanso)

Dia dos namorados na Bolivia, mas aqui nao tem nada disso! Flagramos sò dois casais de pombinhos curtindo um love:


Eles e a gente.



Hamburguesa com papas fritas.




85ºDia - La Paz-LP-Bolivia (Descanso)

Tinhamos mais algumas coisas pra resolver aqui em La Paz.. como coisas da migracao, encomendas de correio... entao resolvemos ficar mais atè amanha.


Mulheres vendendo paes nas ruas de La Paz. Nao và pensando que eh como nosso pao frances. Que alem do gosto bem diferente.. ele è oco por dentro. E faz ter muitos gases. Demoramos pra descobrir que era o pao... Depois de passar uma noite dormindo no sofà, o Fàbio foi pesquisar e descobriu que o culpado de tudo è um tal de Bromato, um tipo de fermento que eles colocam no pao e faz peidar a beca.


W3 sul atè o finaaaal!





86º a 88º Dia - La Paz-LP-Bolivia (Descanso)


Ai que a noite eu passei mal. Era um vuco vuco na barriga.... um negocio sabe... que ai nao teve jeito. O dia todo no trono. Era pra vomitar.. era pra tudo! Nao sei se foi um daqueles paes que as mulheres pegam com a mao... nao sei se foi aquele subway caro que guarda verduras da semana passada... o negocio è que nao bateu bem.

Fiquei um dia de repouso.. e outro.. e outro! e nao melhorava. Jà comecei a agilizar a documentacao pro purgatorio.

O bom è que pegamos um alojamento super chique com tv a cabo, com globo e tudo. Assistia desde Ana Maria Braga atè Jô Soares. Nao saia do quarto nem pro cafè da manha cortesia do hotel(o primeiro da Bolivia com cafe da manha).

Cèu ou inferno?




89ºDia - Copacabana-LP-Bolivia (160 en bus)
Como nao melhorei, e nos jah atrasamos um bocado nessa historia de La Paz, decidimos que o Fàbio ia pedalando atè Copacabana e eu ia de onibus.
Mas como que a pessoa que quase desaprendeu a andar ia de bicicleta atè o terminal, carregando a trouxa toda?

Fiz uma manha, e convenci o Fabio a ir de onibus comigo. "voce vai me deixar sozinha num momento como esse?"
Compramos a passagem e em 3h jà estavamos em Copacabana!!

Pôr do sol em Copacabana.



90ºDia - Copacabana-LP-Bolivia (Descanso)


Entao. Copacabana è uma pequena cidade a 7km da fronteira com o Peru, a beira do lago Titicaca. Lago Titicaca è o lago navegavel mais alto do mundo, com cerca de 200km de uma ponta a outra. Voce se sente no mar, olhando o horizonte e nao vendo a outra margem. Muitos passaros voando e nadando, muitos barquinhos!

Fomos fazer um passeio de barco atè a Isla del Sol, por 20bs por pessoa. Uma pechincha!!! Chegando là, tinha que pagar mais 10 pra visitar o museo, mais 10 pra trilha, mas 10 pro guia. Uma facada!!!!

2h de barco pra chegar na ilha. Caminhada de 1hora... muitas historias! Muitos gringos.. ficamos amigos dos turistas bolivianos. Conhecemos mais um casal de cicloturistas franceses.


Tudo comecou hà um tempo atras.... na Isla del Sol!

Plantacao de quinua. Quinua è um grao tipico da cultura Andina. Bolivia è o maior produtor mundial de Quinua. Dizem que faz muito bem pras alturas, que è rica em calcio... na sopa fica otima!

Pico nevado ao fundo. Gringa a frente.



91ºDia - Copacabana-LP-Bolivia (Descanso)

Copacabana è cidade de gringo. Tem mais turista do que nativos. A cidade em si è bem pequena, com casinhas simples e mercadinhos. Jà na rua turistica, bares bem decorados e comida sofisticada. Lojas de artesanatos com casacos, bolsas e bibelos de varios tipos. Meu espirito consumista, que estava dormindo atè entao, despertou como quem desperta de um pesadelo. Queria aqueles casacos, aqueles panos de mesa. Queria comprar presente pra familia. "E quem è que carrega isso, Paloma?" perguntou o Fàbio. Ai eu comprei uma bolsa de pano, que nao pesa nada nada, por 30bs. Que o Fàbio ta usando mais que eu!



92ºDia - Copacabana-LP-Bolivia (Descanso)

Nos arrumamos para sair hoje. Montamos as bagagens, vestimos roupas de pedal....mas na hora de sair reencontramos um casal de cicloturistas suicos que conhecemos, que nos disse que a cidade mais proxima era a 70km. Como jah eram quase 12h, resolvemos deixar para amanha, que a gente sai cedo e chega nesta cidade.

Comemos uma truta deliciosa por 15 bolivianos, e fomos em busca de um hotel mais em conta.


93ºDia - Ilave-PU-Peru (72 Km)
Saìmos cedo, pronto para fazer os 70km. Chegando na fronteira, fomos ao posto de migracao. O cara pediu o papelzinho. Entregamos o que pegamos na migracao do Brasil. Mas o cara falou que nao era aquele. Que aquele??? Ele disse que assim que a gente entrou na Bolivia, tinha que ter pego um papelzinho com a migracao. Acontece que em San Mathias, fronteira com o Peru, nao nos entregaram nada, e sò disseram "Siga!!" Quando nos informamos se precisava de alguma coisa, nos falaram que nao precisava de nada, era sò chegar chegando.
Ai o cara da migracao comecou a tratar a gente como bandido, dizendo que a gente tava ilegal, que na Bolivia tem regras, e agente desrespeitou. "Ta pensando que eh soh chegar arrombando as portas do pais?"
Ai falou que a gente tinha que pagar uma multa de 40dolares cada um. coisa de 600bolivianos ao todo. Confiscou nossa identidade, e disse que soh devolvia quando a gente pagasse essa multa.
Como o unico jeito era pagar, mas nao tinhamos essa plata toda, tive que pedir a minha identidade, pegar um taxi e ir atè copacabana para sacar o dinheiro. Paguei 30bs por um taxi para me levar atè Copacabana. Chegando là, um aviso na porta do banco. "Banco cerrado devido ao Feriado de Aymarà" E domingo là è dia de feriado??? Voltei com o taxi atè a fronteira.
A gente nao tinha dinheiro nem pra pagar essa multa, quanto mais de passar mais dois dias pra esperar o banco abrir. Conversa vai, conversa vem, dissemos que so tinhamos 500bs. O senhor, muito gentil, deixou a multa por 400 mesmo... a gente que è ilegal è?
"Multa" paga, pisamos em territorio peruano. O papel da multa, que o cara jurou que sem esse papel a gente nao entrava no Peru, esta intacto atè agora. 400bs mas leves, fomos na migracao do peru.


Fila na migracao.

Bien Venidos a la Region Puno!!!!


Continuando a viagem, pedalamos 70km ao lado do lado Titicaca. Um frio de lascar!

Chegamos em Ilave!


94ºDia - Puno-PU-Peru (65 Km)


Puno! Cidade na beira do lago Titicaca.
Agora em territorio peruano, jà notamos as diferencas. Os tracos da raca peruana sao bem diferentes dos bolvianos. Ainda morenos, ainda olhos puxados, ainda cabelos lisos... mas o nariz eh bem mais fino, e a cabeca mais estreita. Atè entao estou achando eles mais receptivos... mais educados. Nao dà pra tirar conclusoes precipitadas neh... e isso è muito subjetivo.. mas vamos ver!

Aqui no Peru tem uma coisa que nao existe na Bolivia: Bicicleta tàxi. O taxista vai pedalando um triciclo, e levando as pessoas. Por todas as partes da cidade tem, e eu achei genial! Tem mais destes que carros. No Brasil deviam adotar essa ideia tambem! Faz bem para o taxista, para o bolso do cliente, e a natureza agradece!


Conto mais!

Oruro a La Paz

78ºDia - Oruro-OR-Bolivia (Descanso)


Oruro, a capital mais diferente atè entao. Muita desorganizacao, muitos camelôs na rua, muitas lojas, muita gente... muito cachorro! acho que tem mais cachorro que gente. E sao cachorros de grande porte, sabe? Ficam por ai... virando latas, latindo pros outros... tomando conta da rua! Tem husky, tem rotweiller... jà vi dois baset por ai! E eles convivem pacificamente com os humanos. È cachorro dentro da lan house, cachorro passeando no restaurante... carros freando para cachorro passar... criancas abracadas com cachorros!!! ê alegria!!!

Queria colocar muitas fotos da cidade, e contar mais historias. Mas gravamos todas as fotos num CD, e enviamos o CD para La Paz. E sem fotos nao lembro mais de nada, sò dos cachorros.
Saìda de Oruro


79ºDia - Caracollo-OR-Bolivia (37Km)
Depois de 3 dias de descanso em Oruro, seguimos. Saimos as 14h de Oruro, por isso nao pudemos ir tao longe. Asfalto bom, asfalto plano, as 16h jah estavamos em Caracollo. Recebidos mais uma vez pelas criancas (elas fazem uma festa pra gente que soh vendo), ficamos no unico alojamento da cidade. Neste alojamento, foram as criancas que nos mostraram o quarto, as criancas que nos serviram a janta, as criancas que varriam o chao. Aqui na Bolivia eh muito comum ver criancas trabalhando e fazendo servico de gente grande. E è normal. Nas bancas, criancas passam o dia todo atras do balcao... no onibus, criancas que gritam o destino. No restaurante, criancas te trazem a sopa.
mas ai elas param e assistem Chavo!


80ºDia - Konani-LP-Bolivia (40Km)

Saimos mais uma vez tarde e ao chegar em Konani resolvemos parar, pois nao sabiamos a quanto estava o proximo pueblo, e se nele teria alojamento ou comedor.
Na cidade haviam 4 alojamentos, mas 2 estavam fechados e os donos sò chegariam mais tarde (?), e 1 a moca nao gostava de ciclistas. Queriamos muito um alojamento com chuveiro, pois o de Caracollo nao tinha, e por isso dormimos sem banho. Mas sò restando uma chance, com chuveiro ou sem chuveiro, tinha que ser aquele mesmo. O senhor foi muito simpatico com a gente, disse que poderia colocar a bicicleta là em cima sem problema e tudo mais.

-pero...hay baño?
-no...no hay baño..
por um momento pensei que ele dizia que nao havia banho... mas ai pensei em espanhol e vi que nao havia banheiro mesmo. Com banheiro ou sem banheiro... tinha que ser aquele mesmo.


A placa indicava "-Laguna". Nao sei o que è nem o que foi, mas de longe parece um mini salar.


Em frente a janela do alojamento era o ponto de parada de onibus. Ficavam vàrias mulheres vendendo de tudo, mas principalmente uma coisa que atè agora ecoa na minha cabeca:
-Chicharrón de pollo, Chicharróóóóóóóón! (pedacinhos de frango torrados)


81ºDia - Tholar-LP-Bolivia (78Km)

Dispostos a fazer 70km atè Ayo Ayo (proximo pueblo um pouco maior), comemos uma sopa com muita carne logo pela manha. Com 30km chegamos a Sica Sica, um pueblo que nem tinha no mapa. Como jà era 12h, resolvemos entrar para ver se havia comedor.
Apesar de ser um pueblo pequeno e sò haver um comedor, Sica Sica conta com muitas casas do Poder Judiciàrio e governamentais, que contrastam bastante com as casinhas de pau a pique. Dividimos um prato e uma sopa e seguimos.
Igreja muito antiga de Sica Sica.


Governo e poder Judiciàrio de Sica Sica.

Com 50km, chegamos a Patacamaya. Resolvemos dividir um pratinho para segurar a fome e seguimos.
Com 70km chegamos em Ayo Ayo. Fomos nos informar sobre alojamento e logo ouvimos "no haaay..."
Ayo ayo, cidade maiorzinha, com alojamento e comedor, ne? Por sorte ainda eram 16h30 e ainda tinhamos disposicao. Fizemos 10km atè Tholar, onde tinha hotel e comedor.



Este pequeno è o burrinho mas esquisito que jà vi na minha vida, e preciso copartilhar com voces. Dê zoom.



82ºDia - La Paz-LP-Bolivia (65Km)

Saimos cedo para encarar os 70km atè La Paz. Muitas paradas durante o pedal para comer, fazer alongamento, conversar com cicloturista coreano, essas coisas....

Mierda de perro!!
Jurando que tinhamos sido premiados, procuramos e nada. Ao continuar o pedal, vimos que o cheiro desagradavel saia de um entulho de lixo que tinha por ali...





Trilho do trem e pico nevado.



Depois de muitas subidas e descidas, chegamos em El Alto. De novo a 4200m!!! Esta cidade nao tinha nem no mapa, mas sò para atravessa-la foram quase 10km. 10km de muito transito e muita buzina. Ai descobrimos que ela è colada com La Paz, e para chegar em La Paz è sò descer.
O que acontece: La Paz è uma descida sò. O centro de La Paz fica a 3600m e a periferia, a 4200. Ou seja: a cidade è um funil! Aposto que quando chove forte, se tiver cachorro, crianca ou qualquer coisa dando mole na rua, vai pro fim do funil.



Saindo de El Alto, hora de usar as maos e deixar as pernas de folga. Freio pra que te quero!!!! Ladeira, muita ladeira!!! Depois de descer muito, chegamos a um dos centros de La Paz.


A cidade mais diferente atè agora. Muito camelô, muitas lojas... muitas ladeiraas! Muita gente. Muita gente! La Paz è a cidade mais populosa da Bolivia.


Sempre descendo (ou subindo no caminho de volta), nunca plano. Andamos e andamos, mas nao achamos o fim desta descida. Mas ainda quero ver as criancas, cachorros e outras coisas que deram mole na ultima chuva.

Beijo!

Salar de Uyuni a Oruro

Sem contato atè agora!! Muitas historia, nao dà para contar tudo, mas dà para contar as melhores.

68ºDia - Colchani-PT-Bolivia (20Km)

Ficamos dois dias parados em Uyuni, e experimentamos o clima mais frio da nossa vida! A noite jà marcava menos de 0º, e as roupas que colocamos no varal congelaram, duras feito pedra! De manha nao havia agua, pois as torneiras estavam todas congeladas. No primeiro dia tomamos banho, afinal o fabio tinha pedalado 100km, e eu tinha enfrentado 7h de onibus e poeira. Mas no segundo dia dispensamos.

Saindo de Uyuni em direcao a Colchani, o
freio da minha bicicleta teve problemas... fomos nas duas bicicletarias existentes na cidade e ninguem quis fazer o servico. Por pura preguica mesmo. Entao o Fàbio foi tentar dar um jeito, e isso atrasou nossa saida. Saimos as 16h, para fazer 20km de estrada de terra. Tranquilo, plano e nao estava tao frio assim. 3º.


Sò tinha visto lhama pela janela do onibus, e neste trecho nos pedalavamos do lado delas. uma gracinha!


Chegamos em Colchani, jà na porta do Salar. Aqui ja ha morros de sal por todas as partes. E pegamos um hotel de sal. Dà vontade de sair lambendo as paredes, pegar um punho de sal do chao e mandar pra dentro. Mas ai o Fàbio me avisou que nao è iodado, e por isso nao pode. Ai eu comi sò umas pedrinhas.

Chegamos morrendo de fome, mas nao havia nenhum comedor na cidade (comedor è como chamam lugares que servem comida). Nao tinhamos saido com muita comida de Uyuni, mas deu pra fazer um macarrao. Numa tenda que havia na cidade compramos ovos, bananas e agua.

No hotel nao havia chuveiro, por isso dormimos mais um dia sem banho. Nao foi tao dificil assim.

Hotel de Sal.


69ºDia - Salar de Uyuni-PT-Bolivia (40Km)

Acordamos a procura de comida para enfrentar o Salar de Uyuni (afinal jah planejavamos dormir no meio do nada) e para tomar cafe da manha. Mas em vao, pois nao havia pao. Cozinhamos mais um macarrao, compramos bolachas agua e sal, tomamos leite com cafe (que sempre temos) e saimos. Andando pela cidade em busca de mais comida, pois passariamos a noite no salar e o salar eh um deserto sem nada, vejo a dona do hotel que passamos a noite me chamar.

Que que aconteceu: como o clima aqui è muito frio, tudo fica gelado, certo? Inclusive a agua que tomamos. Nossa garganta nao estava muito bem, por causa do clima seco. Por isso, tive a brilhante ideia de enrolar a agua no coberto para esquenta-la e beber sem problemas. Mas ai eu nao fechei a agua direito, e ela derramou na cama, molhando o colchao todinho. A dona tava p da vida, me chamou, me mostrou, me xingou, falou que eu nao devia ter feito aquilo e que por isso tinha que dar 10 bolivianos. "agua seca. o clima es mui seco. no tiemos diez bolivianos. somos viajeros, no ricos." e ela insistia em brigar, e pedir os 10 bolivianos.. "no tieeeeeeemos diez bolivianos" e sai. è ruim heim?

Bem, achamos um almoco na cidade e saimos. Saaalaaaar! Sal sal sal, atè perder de vista.


Um dos poucos lugares do salar que tem alguma coisa. È um hotel de sal, e tem umas bandeiras de varias nacionalidades. Tinha do Brasil, era a mais fuleira, uma toalhinha veia, mas pelo menos tem. Procuramos comedor, mas nao havia comedor. Sò um monte de turista, que chegavam de jipe toda hora. Varios brasileiros tambem!

Depois de 40km, paramos em um lugar para armar acampamento. Sò a gente, o cèu e o sal.



Cozinhamos macarrao com sopa (para variar um pouco o cardapio) com ovo e bolacha agua e sal. Aproveitamos um lindo crepusculo e fomos dormir.




O salar è muito claro, pois aqui faz muito sol, que reflete no branco. Impossivel ficar sem oculos escuros.

70ºDia - Insla de Inkawasi-PT-Bolivia (34Km)

A noite, muito vento e muito frio. Mas o dificil mesmo è sair da barraca de manha. Muito vento, muito frio. Muito dificil acender o fogo, tanto pelo vento, quanto por o alcool estar gelado. Gastamos todo o alcool para cozinhar o macarrao, e tomamos o leite frio mesmo. Levantamos acampamento!
Um deserto de sal, estavamos apenas pedalando a uma direcao que nos apontaram, dizendo ser a Isla do Pescado. Nos informaram que estava a 70km do comeco do salar, entao faltam sò 30km. No plano, em 3h chegariamos là. Tinhamos pouca comida, mas nos informaram que na Isla do Pescado havia uma cidade, com comedor, mercado e alojamento. "Entao tà tranquilo, meio-dia chegamos là, almocamos e pronto". O problema è que nao contavamos com o vento. Depois de 1h de pedal, comecou um forte vento. Uma tempestade de sal. Contra. Nos deixou a 5km por hora, e nos fez gastar muita energia. Tivemos que matar a fome com bolachinhas agua e sal, que logo acabaram, e com leite em pò. Tinhamos macarrao, mas nao alcool para cozinha-los. O Fàbio, com muito mais volume, era empurrado para tras mais ainda, e pela primeira vez na vida eu puxei o pedal para cortar o vento. O vento contra fazia a roda ir para o lado, e bicicleta fazia a curva pra tras sem a gente querer. Parando de 10 em 10min para descansar e comer leite em po, chegamos a uma Isla. Nao era a isla del Pescado, era a Isla de Inkawasi. Mas esse povo boliviano gosta de uma informacao errada!! Uma Ilha linda, e para a nossa sorte (e pela nossa vida), nesta isla havia comedor e um alojamento. Gracas!!!!


Jipe cheio de turistas, e a ilha de Inkawasi ao fundo.

Bem, nos informamos com moradores da Isla (que ao todo nao chega a 10 pessoas) que a tal Isla del Pescado estava a 20km. Tudo bem, decidimos seguir amanha. Sò havia um restaurante muito caro, preco para turistas, mas como estavamos com fome tinhamos que encarar. Pagamos 30bs em um hamburguer de carne de lhama com batata frita. Muito gostoso! Como nao matou a fome, pedimos para o senhor do restaurante cozinhar o macarrao que tinhamos, e ele fez isto gentilmente!

O quarto, que pagamos 20bs cada um para passar a noite, tinha uma vista linda para o salar, e para os turistas tirando foto de besta. Turista è um bicho besta.

Nos preparando para dormir, vem o senhor do quarto nos apresentando um mochileiro frances, perguntado se podia dividir o quarto com a gente. "mas eh claro!". O tal mochileiro falava um pouquinho de ingles, e um pouquinho de espanhol. Um pouquinho!!! Mas ele era bom de sinal. Conseguimos arranhar uma conversa, e fomos os tres dormir. Sem banho mais uma vez, pois nao havia chuveiro.

Quarto.


71ºDia - Insla de Inkawasi-PT-Bolivia (50Km)

De manha, fomos visitar a Isla. È pequena, nao demorou mais que 10 minutos, mas encantadora. Cactus gigantes, com mais de 1000 anos de vida. Magico, uma ilha no meio do s
alar. Conversamos com o senhor Alfredo, habitante e guardiao da ilha, que fez sopa e almoco para a gente, e por um preco barato! Nos contou historias da ilha. Nos deu um livro para registrarmos nossa passagem, e vimos varias outras historias de outros ciclistas. Todos ciclistas que passam pela ilha registram historias ali. Vimos varios outros casais cicloturistas, vimos uma familia cicloturista(pai, mae e filha crianca), um rapaz com Sindrome de Down cicloturista, e varias outras historias fascinantes. Escrevemos a nossa ali. Se algum dia voce for a Isla de Inkawasi, pergunte ao Don Alfredo sobre este livro. È incrivel!

Cacto quase do meu tamanho... e quase da minha idade: 1000 anos!

Depois de almocar, fomos em direcao a Isla del Pescado. Compramos bolacha agua e sal, e saimos sò com isso, pois nao tinhamos mais comida, e la nao vendia nada mais. Tudo bem, atè a Isla del Pescado sao sò 20km e là tem uma cidade com comedor, mercado e alojamentos!

Depois de uma hora de pedal, comecou o vento de novo. E a mesma historia. Sem comida, na base da bolacha e leite em pò. Eu puxando o pedal para cortar o vento. O vento desviando a bicicleta. A isla ficando cada vez maior, mas nao chegavamos ate la. Com muito esforco, empurrando a bike, chegamos a Isla del Pescado!!

Cidade? cri cri cri. Uma Ilha com cacto, rochas e terra. Sò. Nada mais. Cade a cidade? Os mercados? Os comedores? Os alojamentos? Uma pessoa??
Esperamos passar algum jipe com turistas, para perguntar cade a cidade e para pedir u
ma fruta, qualquer coisa. No hay jipe.
Com muita fome, e muita desilusao, a solucao: voltar para a Isla de Inkawasi. O vento a favor, tudo mais facil. O trecho que demoramos 4h para fazer, fizemos em 1h para voltar.

Com muita fome, gastar de novo 30bs em uma hamburguesa de carne de lhama. Sem outra comida, gastar mais 30bs por um talharim com queijo.

Quarto com vista para o salar e turistas tirando fotos feito bestas. Mais um por do sol na Isla Inkawasi.



72ºDia - Tahua-OR-Bolivia (42Km)

O que aconteceu com a cidade da Isla del Pescado? Don Alfredo nos explicou: A Isla
Inkawasi è erroneamente conhecida como Isla del Pescado. A tal cidade, comedor e alojamento, sao esses que nos desfrutamos agora durante dois dias. A verdadeira Isla del Pescado, nada mais è do que aquilo mesmo que a gente viu: cactos e rochas. Informacao errada, passada de turista para turista, que nos deu prejuizo de tempo, de dinheiro, de pedal... e se nao fosse o vento a favor para voltar, nos custaria a vida.


Mas Don Alfredo nos recebeu muito bem, de manha fez mais uma vez a sopa de quinua "muy buena para los huesos!", nos contou mais historias, e nos deu uma reportagem sobre a Isla de Inkawasi, que contava a historia dele na Isla e inclusive falava desse engano com a Isla del Pescado. Escrevemos mais uma vez no livro, e pedimos para tirar uma foto com ele. "Voy a vestir mi ropa tipica, si?"

Muito obrigado, Don Alfredo! Jà considerado louco por ir morar nas cavernas. Faz artesanatos com os cactus da ilha, e cuida de là.

Saimos bem alimentados atè Tahua, uma cidade na beira do Salar, hà 40km dali. O vento nao estava tao forte, e comemos muita bolacha agua e sal.

Chegando em Tahua, uma linda vista para o Volcan Tanupa, um vulcao enorme e desativado a muito tempo. Chegamos louco de fome, direto para um comedor. Là conhecemos o Valentino, um senhor muito simpatico. Nos informou que em Tahua havia alojamento, mas tudo muito caro. Ofereceu sua casa para passarmos a noite.
Na cidade vizinha estava acontecendo uma festa, por isso ele e sua mae nao dormiria lah, e nos poderiamos ficar a vontade.

Um quarto muito simples. A simplicidade è muito aconchegante! Saiu de casa e nos deixou ali, pessoas que acabou de conhecer. Deu a propria cama para nos acolher. Muito agradecidos!

A cidade tambem muito simples... sem telefone, sem sinal de celular... sem pao! procuramos pao em todos os lugares, mas sem sucesso. Comemos macarrao, sopa e bolacha agua e sal e fomos dormir. Mais uma vez sem banho.

Volcan tanupa

Quarto.

Ruas de Tahua


73ºDia - Salinas-OR-Bolivia (36Km)

De manha Valentino e sua mae ainda nao haviam chegado. Deixamos um bilhete e saimos em direcao a Salinas, depois de comer um bom macarrao com sopa. Estrada de pedra, muita pedra! Pedras soltas, que faziam a bicicleta escorregar toda hora. Com 10km chegamos em Aliança, um pueblo onde estava acontecendo a Festa do Espirito, um tipo de carnaval. Queriamos comprar agua nesta cidade, mas todos estavam na tal da festa. Fomos ate a festa. Muita musica, muita comida, muita bebida. Tudo no bom estilo boliviano. La encontramos Valentino, muito bebado, dancando feliz da vida. Queria me levar pra dancar a todo custo. "Yo no quieeeero!!!" E ele me puxava pela mao. "No me gusta bailaaaar!!!!". e ele nao aceitava um nao como resposta. Me arrastou para o meio da bagunca, muitos tambores, teclados e instrumentos de sopro. Muitos bebados e bebadas, cores e enfeites. Eu naquele meio, sem nem saber dancar musica boliviana. Lhe puxei e disse. "Fabio es mui celoso, esta aburrido con usted" Ai ele deixou eu sair daquela situacao. Celoso eh ciumento, so assim mesmo.

Depois foi lah pra fora, e tirou foto com a gente. Este do lado eh outro morador de Tahua, que conhecemos em Tahua, nos contou hitorias da cidade e do salar, e estava na festa bebado tambem.

Na cidade, os unicos sobrios eram as criancas, que fizeram uma festa com a gente. "no vas a tomar asi cuando crescer, si?" Fizemos questao de alertar "No es bueno estar borracho". E eles falavam "no se da cuenta.." Perguntamos a direcao de Salina, e eles foram correndo atras da bicicleta atè a saida da cidade.

Depois de muita pedra e lhamas chegamos a Salinas.


Uma cidade um pouco maior, com sinal de telefone. ligamos para casa, depois de uma semana sem dar noticias. Pegamos um lindo alojamento e tomamos banho, depois de uma semana sem ver chuveiro. Jantamos carne de lhama, depois de muito tempo comendo macarrao com sopa.


73ºDia - Salinas-OR-Bolivia (36Km)

Salina, uma cidade na beira do Salar, muito ajeitadinha. As ruas que atè entao eram de terra, estao recebendo paralelepipedos. Obras de Evo Morales. Inclusive em Tahua tambem estavam asfaltando as ruas, obras de Evo Morales. Em todos os lugares hà pichacoes "Si, Evo!!!" E a quem perguntamos se le gusta el govierno de Evo, respondem "Si!!!" Dizem que ele trabalha a favor dos pobres, e quem nao gostam sao os ricos.

Secos por pao, fomos em busca deles. Perguntamos para todos os transeuntes "donde hay pan?" Indicavam um lugar e nada.... rodamos todas as casas, e nada de pao...


Janela do alojamiento, com nosso inseparavel Nido, uvas estragadas por 6bs, e o Salar ao fundo.


74ºDia - Salinas-OR-Bolivia (Descanso)

No cafe da manha do hotel tinha pao! Pedimos alguns para o nosso lanche, e a senhora do hotel deu. Que bom. A tarde fomos procurar... procuramos, procuramos... e nada!
Ateh que uma hora, passeando pelas ruas da cidade... um cheirinho que eu nao sentia desde os tempos de Brasil... Bati na porta. Abre um senhor, muito simpatico. "hay pan?". ele nos pede para entrar, e jah vemos uma lona no chao repleta de paes!!!! a 50 centavos de bolivianos, pedimos logo 15 paes! felizes da vida, jah saimos comendo um cada um... pensamos bem... voltamos e pedimos mais 5! lanchamos pao com tomate e cebola... jantamoos sopa com pao e manteiga... coisa boa!!!

Mais um por do sol em Salinas, com o salar ao fundo.


75ºDia - Oruro-OR-Bolivia (Onibus!)

Nosso dinheiro estava acabando, e so teria como sacar em Oruro, capital. Por isso
, decidimos que eu ia de onibus, e o fabio faria os 260km atè Oruro pedalando, e entao nos encontrariamos.

Arrumamos toda a trouxa para eu levar no onibus e ele ir leve. nos 3º das 7h da manha, descemos a ladeira. Eu para pegar o onibus, o Fabio para pedalar 100km ateh Quillacas.
Nos despedimos, comprei a passagem, e logo depois nos separamos. 2min depois volta o fabio, empurrando a bicicleta, que estava com problema no cassete. Sem bicicletaria, ne
m mecanico, nem nada, compramos a passagem dele tambem. 7h de estrada, escutando musicas bolivianas.
Chegamos em Oruro!!!!!!

Eu, e trouxa e o frio.


Boliviana e bolivianiño.


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Obrigada para quem leu tudo, e para quem sò olhou as fotinhas tambem. Muuuito obrigada para quem comenta, è muito bom ver comentarios de voces, sim?!
Fico louca para postar logo, pena que a Bolivia nao dispoe sempre de Internet...

Beijo Familia com os comentarios que adoro ler...Simone, Zè e Cèia, sempre os primeiros! Vizinho... visitante diario! Thata e Diego que querem comentar e nao conseguem...RC, amigo de blog, Fredy, del Uruguai
Karol, Tael, Nathi Johnson, Tiago, Troittor, Macaco, Duduwxo, Baby... assim que voltar quero encontrar todos para contar todas historias!!

E os anonimos, que ficam soh na espreita, mas eu sei que estao acompanhando! amigos!
beijooo!